Ao som do estridente soar do despertador Carolina abriu os olhos com dificuldade e observou o ambiente do quarto já claro, evidenciando que o dia havia amanhecido.
Não levantou de imediato. Ensaiou uma ou duas vezes,mas o frio se fazia tão cortante que sua vontade era ficar ali mesmo,debaixo daquele cobertor tão quentinho.
Quando deduziu não poder mais adiar o confronto com a realidade fria daquela manhã,levantou-se de súbito e foi direto para o banheiro tomar uma ducha,antes que se arrependesse e deitasse de novo.
Um banho era tudo o que precisava para criar coragem.
Instantes depois a garota saía do banheiro enrolada numa toalha,tremendo e “batendo” os dentes de frio.Abriu o guarda-roupa e decidiu-se rapidamente por uma calça jeans, e uma espessa blusa de lã rosa que usaria por baixo da jaqueta jeans que ganhara de Alice no seu aniversário.
Tão logo vestiu-se,desceu para tomar o café da manhã na cozinha,onde seu pai e Alice já se encontravam à mesa.
-Bom dia!-a menina os cumprimentou com vivacidade.
-Bom dia-Alice respondeu-Pronta para um novo dia?
-Prontíssima!-a garota respondeu enquanto despejava café em sua xícara- Hoje to preparada pra o que der e vier!
-Que disposição!-exclamou Roberto-Será que poderia passar um pouco desse estímulo pra mim?Eu não to nada animado.
-Pois eu sim-Alice comentou.
Roberto e Carol se entreolharam sorrindo,e a última comentou:
-Não sei como ela tem tanta disposição numa situação dessas-a garota disse apontando para a barriga da madrasta.
-O que é que tem de mal nisso? Gravidez não é doença.
-Mas é um estado delicado. Acho que você deveria repousar um pouco mais. Será que essa sua atividade toda não vai prejudicar o bebê?-Roberto aconselhou.
-Não. Vai ser bom pra ele. Desde cedo vai aprender a ser ativo e esforçado como a mãe.
Após o café da manhã, os três tomaram seu rumo.Alice foi deixada pelo marido no Bom Clima,onde trabalhava,e Carol no centro,onde situava-se a faculdade,e Roberto seguiu para o Tatuapé,na capital,onde trabalhava.
Carol foi caminhando lentamente em direção à portaria da instituição, quando sentiu um tremor dentro de sua bolsa.
Por certo era o celular vibrando. Abriu a bolsa e pegou o aparelho,lendo no visor: “Chamada de Jeni”.
-Alô?
-Carol!
-Fala Jeni! O que é que deu em você pra me ligar a essa hora?Pensei que ainda estivesse dormindo...
-É que tenho uma novidade pra te contar. Arrumei um emprego e começo a trabalhar hoje.
-Que legal.
-É. Eu tava mesmo precisando me ocupar com alguma coisa.Desde que você se mudou de novo fiquei bem solitária.
-Nem me fale. Eu também fiquei solitária quando vim parar aqui em Guarulhos.Bem que meu pai poderia ter escolhido a capital pra morar,já que ele trabalha por lá.E além do mais lá conheço a Cris,a Lu e mais um “montão” de gente.Não ia ficar deslocada.
-Mas você ainda não arranjou nenhum amigo por aí?
-Arranjei sim.A Karen é uma delas.E também tem o Gui,o Pedro,a Marilu,a...
-Tá tá,já entendi!Você já tem muitos amigos.Olha Carol,a conversa tá boa mas já tenho que desligar tá?To quase de saída.
-Tudo bem,a gente se fala depois.Quero saber tudo sobre seu novo emprego.
-Falou...Tchau amiga.
-Tchau.
Carolina entrou na faculdade.Atravessou o portão,e quando adentrou no corredor inesperadamente esbarrou com um rapaz.Os livros que ele tinha nas mãos caíram todos no chão,e Carol se sentiu culpada pelo “acidente”.
-Mil desculpas!-disse ao rapaz-Eu...Eu não queria fazer isso.Deixe-me ajudá-lo.
O rapaz sorriu aparentando não haver ficado nervoso.
-Tudo bem-ele respondeu-Foi só um simples acidente,e você não teve culpa.
A garota ajudou o rapaz a recolher os livros e novamente se desculpou.
-Mesmo assim me desculpe.Preciso prestar mais atenção por onde ando.Sou meio desastrada.
A garota fitou o rapaz e admirou seus belos olhos azuis e o sorriso simpático.Ele estendeu a mão e se apresentou:
-Prazer,meu nome é Caio.
Carol correspondeu:
-Carolina.O prazer é todo meu-disse ela,estendendo a mão.
-A gente se esbarra por aí-ele finalizou a conversa,saindo em seguida.
Carolina continuou seu caminho pelo corredor e a poucos metros encontrou Karen,sua colega de classe,que estava com um enorme sorriso no rosto,curiosa.
-Eu vi tudo!Quem era aquele gato que você estava conversando no início do corredor?-ela perguntou ansiosa à amiga.
-Ah era um rapaz muito simpático.Caio.
-Humm!O que “que tá pegando”?
-Nada,Karen.Acabei de conhece-lo.Não tá pegando nada.
-Por enquanto,né?
Karen era uma garota de baixa estatura, morena,com um belo par de olhos negros e cabelos também negros,ondulados.Era extremamente sorridente e divertida.
- Mas me fala-ela mudou de assunto,enquanto ambas dirigiam-se à sala de aula-Tô ansiosa pra saber o que achou da reunião de ontem na igreja,já que não tivemos tempo de conversar sobre isso.
-Eu fiquei bem animada. Gostei da idéia da organização evangelística e acho que vou me sair bem.Eu sempre tive facilidade pra evangelizar as pessoas.
-Eu também. Fiquei muito feliz e acho que já tava mais que na hora de a gente se mobilizar pra essa obra.Aliás,como é mesmo o nome da organização?
-“Reconstruindo corações”.
-Nome bonito né? Bem à altura.
-É-Carol concordou, enquanto acomodava-se na cadeira, colocando o material em cima do suporte-Espero que possamos mesmo reconstruir corações.
-É...-Karen concordou pensativa-Mas sabe de uma coisa?Será que todos nós estamos preparados pra essa missão?
-Claro que sim...Nós temos a Palavra de Deus em nossos corações e temos muita coisa pra passar pra essas pessoas.Por que essa pergunta?
-É que...Pra reconstruir corações,é necessário estarmos com nosso coração estruturado.
Carol fitou a amiga um tanto admirada com seu comentário. Karen era uma pessoa super engraçada,divertida,mas quando queria falar sério,falava bem e firme.
Aquela frase ficou martelando na mente de Carolina durante todo o resto do dia. Que frase profunda!Será que estaria realmente com o coração estruturado pra ajudar a reconstruir outros corações?
Não levantou de imediato. Ensaiou uma ou duas vezes,mas o frio se fazia tão cortante que sua vontade era ficar ali mesmo,debaixo daquele cobertor tão quentinho.
Quando deduziu não poder mais adiar o confronto com a realidade fria daquela manhã,levantou-se de súbito e foi direto para o banheiro tomar uma ducha,antes que se arrependesse e deitasse de novo.
Um banho era tudo o que precisava para criar coragem.
Instantes depois a garota saía do banheiro enrolada numa toalha,tremendo e “batendo” os dentes de frio.Abriu o guarda-roupa e decidiu-se rapidamente por uma calça jeans, e uma espessa blusa de lã rosa que usaria por baixo da jaqueta jeans que ganhara de Alice no seu aniversário.
Tão logo vestiu-se,desceu para tomar o café da manhã na cozinha,onde seu pai e Alice já se encontravam à mesa.
-Bom dia!-a menina os cumprimentou com vivacidade.
-Bom dia-Alice respondeu-Pronta para um novo dia?
-Prontíssima!-a garota respondeu enquanto despejava café em sua xícara- Hoje to preparada pra o que der e vier!
-Que disposição!-exclamou Roberto-Será que poderia passar um pouco desse estímulo pra mim?Eu não to nada animado.
-Pois eu sim-Alice comentou.
Roberto e Carol se entreolharam sorrindo,e a última comentou:
-Não sei como ela tem tanta disposição numa situação dessas-a garota disse apontando para a barriga da madrasta.
-O que é que tem de mal nisso? Gravidez não é doença.
-Mas é um estado delicado. Acho que você deveria repousar um pouco mais. Será que essa sua atividade toda não vai prejudicar o bebê?-Roberto aconselhou.
-Não. Vai ser bom pra ele. Desde cedo vai aprender a ser ativo e esforçado como a mãe.
Após o café da manhã, os três tomaram seu rumo.Alice foi deixada pelo marido no Bom Clima,onde trabalhava,e Carol no centro,onde situava-se a faculdade,e Roberto seguiu para o Tatuapé,na capital,onde trabalhava.
Carol foi caminhando lentamente em direção à portaria da instituição, quando sentiu um tremor dentro de sua bolsa.
Por certo era o celular vibrando. Abriu a bolsa e pegou o aparelho,lendo no visor: “Chamada de Jeni”.
-Alô?
-Carol!
-Fala Jeni! O que é que deu em você pra me ligar a essa hora?Pensei que ainda estivesse dormindo...
-É que tenho uma novidade pra te contar. Arrumei um emprego e começo a trabalhar hoje.
-Que legal.
-É. Eu tava mesmo precisando me ocupar com alguma coisa.Desde que você se mudou de novo fiquei bem solitária.
-Nem me fale. Eu também fiquei solitária quando vim parar aqui em Guarulhos.Bem que meu pai poderia ter escolhido a capital pra morar,já que ele trabalha por lá.E além do mais lá conheço a Cris,a Lu e mais um “montão” de gente.Não ia ficar deslocada.
-Mas você ainda não arranjou nenhum amigo por aí?
-Arranjei sim.A Karen é uma delas.E também tem o Gui,o Pedro,a Marilu,a...
-Tá tá,já entendi!Você já tem muitos amigos.Olha Carol,a conversa tá boa mas já tenho que desligar tá?To quase de saída.
-Tudo bem,a gente se fala depois.Quero saber tudo sobre seu novo emprego.
-Falou...Tchau amiga.
-Tchau.
Carolina entrou na faculdade.Atravessou o portão,e quando adentrou no corredor inesperadamente esbarrou com um rapaz.Os livros que ele tinha nas mãos caíram todos no chão,e Carol se sentiu culpada pelo “acidente”.
-Mil desculpas!-disse ao rapaz-Eu...Eu não queria fazer isso.Deixe-me ajudá-lo.
O rapaz sorriu aparentando não haver ficado nervoso.
-Tudo bem-ele respondeu-Foi só um simples acidente,e você não teve culpa.
A garota ajudou o rapaz a recolher os livros e novamente se desculpou.
-Mesmo assim me desculpe.Preciso prestar mais atenção por onde ando.Sou meio desastrada.
A garota fitou o rapaz e admirou seus belos olhos azuis e o sorriso simpático.Ele estendeu a mão e se apresentou:
-Prazer,meu nome é Caio.
Carol correspondeu:
-Carolina.O prazer é todo meu-disse ela,estendendo a mão.
-A gente se esbarra por aí-ele finalizou a conversa,saindo em seguida.
Carolina continuou seu caminho pelo corredor e a poucos metros encontrou Karen,sua colega de classe,que estava com um enorme sorriso no rosto,curiosa.
-Eu vi tudo!Quem era aquele gato que você estava conversando no início do corredor?-ela perguntou ansiosa à amiga.
-Ah era um rapaz muito simpático.Caio.
-Humm!O que “que tá pegando”?
-Nada,Karen.Acabei de conhece-lo.Não tá pegando nada.
-Por enquanto,né?
Karen era uma garota de baixa estatura, morena,com um belo par de olhos negros e cabelos também negros,ondulados.Era extremamente sorridente e divertida.
- Mas me fala-ela mudou de assunto,enquanto ambas dirigiam-se à sala de aula-Tô ansiosa pra saber o que achou da reunião de ontem na igreja,já que não tivemos tempo de conversar sobre isso.
-Eu fiquei bem animada. Gostei da idéia da organização evangelística e acho que vou me sair bem.Eu sempre tive facilidade pra evangelizar as pessoas.
-Eu também. Fiquei muito feliz e acho que já tava mais que na hora de a gente se mobilizar pra essa obra.Aliás,como é mesmo o nome da organização?
-“Reconstruindo corações”.
-Nome bonito né? Bem à altura.
-É-Carol concordou, enquanto acomodava-se na cadeira, colocando o material em cima do suporte-Espero que possamos mesmo reconstruir corações.
-É...-Karen concordou pensativa-Mas sabe de uma coisa?Será que todos nós estamos preparados pra essa missão?
-Claro que sim...Nós temos a Palavra de Deus em nossos corações e temos muita coisa pra passar pra essas pessoas.Por que essa pergunta?
-É que...Pra reconstruir corações,é necessário estarmos com nosso coração estruturado.
Carol fitou a amiga um tanto admirada com seu comentário. Karen era uma pessoa super engraçada,divertida,mas quando queria falar sério,falava bem e firme.
Aquela frase ficou martelando na mente de Carolina durante todo o resto do dia. Que frase profunda!Será que estaria realmente com o coração estruturado pra ajudar a reconstruir outros corações?